terça-feira, 18 de maio de 2010

A COMUNICAÇÃO COGNITIVA E AFETIVA

Duas dimensões se sobrepõem na comunicação, que podem ter ênfases diferentes, podendo cada uma seguir rumos diferentes.
Na comunicação afetiva ao expressar meus sentimentos e ideias procuro ver a reação do outro, procurando a aproximação pela empatia, pela igualdade de sentimentos.
Na cognitiva, além de expressar e compartilhar minhas ideias procuro compreender e aproximar-me ao máximo do universo do outro.
Para ser frutífera a comunicação deve ser rica de ideias, exigindo cumplicidade das partes que devem se ater somente no crescimento mútuo, aproximando pontos de vista. Na comunicação afetiva, embora discordamos de ideias, procuramos aproximar nossos sentimentos, com valorização igual, mantendo bom relacionamento mesmo havendo pequenas discordâncias intelectuais.
Uma mensagem pode ter efeitos diferentes dependendo de quem fala: ela pode ser aceita ou rejeitada, havendo discussões com relação ao conteúdo das ideias, quando na verdade a discussão se dá na relação, na interação e na afetividade.

A COMUNICAÇÃO COMO COMPARTILHAMENTO

Gesticular, falar, olhar, são formas de compartilhar a comunicação, provocando uma ação no outro, tornando-se reação que volta na forma em que foi emitido o fluído, positivo ou negativo.
Grande parte das reações é “comercial” para oferecer algo em troca, podendo-se dizer que além dessas, existem as relações ligadas mais ao afeto, à comunhão que se cria entre duas pessoas.
Nessas duas relações existem os graus de intercâmbio à medida que se adquire confiança entre os envolvidos, sendo de menor ou maior intensidade nas relações comerciais, sendo que nas emocionais o envolvimento é maior. O compartilhar aumenta, quando há discórdia no discutir e, assim sendo, não fazemos dele o nosso eixo de comunicação, não agredindo mesmo que discordando.

sábado, 17 de abril de 2010

A COMUNICAÇÃO COMO REENCONTRO

Na comunicação encontro maneiras de um reencontro comigo mesma, na tentativa de reconciliar-me e reorganizar meu próprio “eu” naquilo que foge do meu controle. Comunicando, dou oportunidade a outros que querem se aproximar de mim, crio relações, rato laços, criando novas oportunidades.
Na comunicação pessoal, procuro o equilíbrio necessário para as grandes decisões da vida, me equilibrando, oportunizando meu caminhar, meu seguir.
Na comunicação, descubro as camadas ainda latentes em meu ser, experimentando novas buscas de integração nos meios familiares, sociais e intelectuais.
Comunicar-se para interagir, um com o outro, amarrando fios soltos da minha vida. Fios estes que às vezes podem provocar o caos em mim e nos que me rodeiam.
Segundo o meu pensar, procuro na comunicação o reencontrar integrador, do corpo e da mente, os sentidos, as emoções, a razão, a intuição em todas as dimensões, facilitando o meu viver, e o meu entender daqueles que gostam de mim. Se não me reencontro dentro de mim mesmo, acontece o desespero, a fuga e uma dispersão que poderiam ter pesos e formas distintas, objetivos que se contradizem, energias que são desperdiçadas e o cansaço físico e mental, obrigando-nos a grandes desperdícios de energia, contrastando com a preguiça e o cansaço.
Quando tentamos nos reintegrar, caminhamos, com certeza para readquirirmos força, equilíbrio e disposição, reorganizando nossas vocações, habilidades em direções mais produtivas.

A COMUNICAÇÃO COMO BUSCA E COMO EXPRESSÃO

Na comunicação há uma dimensão de expressão quando mostro algo de mim, e uma dimensão de busca quando procuro algo que está faltando para que possa me realizar e sentir. As duas dimensões sempre andam juntas, sendo que em determinadas ocasiões uma delas se sobrepõe a outra. Na comunicação, não somente as emoções são expressas, há também uma intensa busca de afeto, carinho, amor e compreensão, que são altamente positivas, permitindo facilitar a dura caminhada das nossas vidas, sendo que se essa dimensão se mostra pelo lado negativo, provoca a desestruturação total do indivíduo que sai na busca incansável de qualquer compensação, para suprimir essa falta.
Na comunicação, buscar e expressar segurança, significa, na maioria das vezes, apoio em territórios como o familiar, físico, emocionais e intelectuais, mostrando e procurando as referências que dão orientação, segurança e tranqüilidade, na busca do semelhante que tem a ver com meu mundo, ou porque se parece comigo, ou porque apresenta aspectos do que eu gostaria de ser.
Na comunicação há um desvendamento entre o eu e o outro, um intercâmbio reflexo entre pessoas que procuram, compreender-se, organizando dados dispersos, sensibilizando-se ao experimentar várias sensações, mostrando seu potencial emocional e criando algo em comum, que é um novo espaço de troca. Na comunicação buscamos fundamentalmente o apoio necessário para nós mesmos, usando a força de quem estiver próximo e com condições de suportar o seu próprio peso como o nosso, fazendo que essa busca incessante do nosso semelhante seja o complemento que nos falta. Sempre nos viciamos em determinados tipos de comunicação, baseando-se em experiências passadas em que colocamos uma ordem dentro da estrutura mental fazendo que sintamos de maneira que não nos afete nas diversas áreas, principalmente emocionalmente, pois nos nosso egoísmo, não gostamos de nos contrariar.
Praticando diuturnamente a comunicação, sempre encontramos novas formas de integração, que nos permite conhecer novas faces da mentalidade humana, ampliando nosso campo de irradiação, positiva ou negativa, conforme a ocasião, fazendo as ações conforme as suas necessidades, por nós e pelos outros.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: alguns desdobramentos

Comparativamente, muitas vezes provocamos a discórdia ao idealizarmos um mundo e, ao compará-lo com o do outro notamos que existem grandes e profundas diferenças de cultura, educação, religião, política e pela própria experiência pessoal, que são os entraves de uma comunicação mais aberta.
Temos em nós uma parte organizada e articulada, enquanto o outro lado da moeda está completamente alheio à realidade, um caos pessoal, formando grupos de difícil comunicação, devendo se ter ao lado pessoas estruturadas em conhecimentos para que as várias diferenças existentes, conforme citamos acima, não influam no bom rendimento, ou melhor, na procura da interação e integração grupal.
A comunicação tem o poder da cura, de desvendar mistérios e reviver situações latentes, levando as pessoas se conhecerem mais profundamente, na comunicação reveladora de problemas, que são com certeza mais fáceis de solucionar, caso haja o entendimento mútuo, na reorganização do psíquico abalado.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

MUDANÇAS NA COMUNICAÇÃO PESSOAL: Exigência da Escuta Psicopedagógica

MUDANÇAS NA COMUNICAÇÃO PESSOAL: Exigência da Escuta Psicopedagógica

Comunicar significa integração, relacionamento, que permite em todos os campos ensinar e aprender, sintonizar, dialogar, expressar, solidarizar, enfim, comungar mesmas ideias ou até mesmo discordar, discutir para se chegar a um consenso.
O homem sempre busca seu espaço, seu sucesso pessoa usando dos artifícios da comunicação que permite a ele a própria auto-ajuda, mas também permite ser ajudado e ajudar ao próximo.
Comunicar significa interagir e inserir-nos em vários espaços sociais e comunitários, permitindo a penetração em outras desconhecidas dimensões que nos permitirão sermos felizes, realizados, menos dependentes dos bens escravizadores como dinheiro, matéria, além das dependências emocionais traumatizantes.
O homem hoje procura se incorporar e caminhar em busca de novos horizontes, comunicando-se em várias esferas na tentativa de se aproximar de outros, procurando novos vínculos e pontes de integração.
A comunicação estende-se do pessoal ao global e do intrapessoal ao mundial, do micro ao macro, relações pessoais entre países, religiões e políticas, não importando a linguagem exercida. Há um entendimento, ou melhor, a busca de um entendimento que permita ao homem do globo terrestre se comunicar, se integrar, na tentativa de descobrirem formas de melhorarem as dimensões comunicativas e desenvolver mais e mais a percepção.
Na comunicação procuramos mostrar quem somos, descobrir os nossos mais visíveis erros na tentativa de melhorar através de trocas e respostas, dando e recebendo informações, propagando mensagens e captando outras indiretamente por meio de livros e bancos de dados e outras formas de comunicação.
A comunicação tem a finalidade de resolver a maior parte dos desafios, embora ela seja desafiante, no tocante a solucionar as questões apresentadas, mais o relacionamento e o contato íntimo, alem de interagir e transformar o ambiente que nos cerca, nossas situações profissionais e pessoais.
Direta e indiretamente estamos nos comunicando, seja através de livros, cinemas, computadores, através da mídia, de forma visível ou virtual, na fala, no toque, no olhar.
Os “ninhos”, ou os chamados grupos de amigos, de companheiros, de profissionais, enfim, depende do ambiente de rede constituído, à medida que o tempo passa, vão sendo construídos porque o homem sente maior necessidade de interagir profissionalmente, facilitando a sua e a realização de outros que compõem esses grupos.
Esses grupos visam explorar e avaliar o valor humano de cada integrante, qual o tipo de atração que o grupo exerce sobre os vários membros, permitindo um conhecimento maior através de um estágio de amadurecimento, de competência e credibilidade. Essa complexa rede interações tem a finalidade de mostrar o nível de amadurecimento pessoa, emocional, além da confiança que inspiramos e o conhecimento da comunicabilidade que aprendemos.

A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
A intervenção psicopedagógica vem ocorrendo quando da dificuldade de aprendizagem. Diante do baixo desempenho acadêmico, alunos são encaminhados pelas escolas que freqüentam, com o objetivo de elucidar a causa de suas dificuldades. A questão fica, desde o princípio, centrada em quem aprende, ou melhor, em quem não aprende.
Diferente de estar com dificuldade, o aluno manifesta essas dificuldades revelando uma situação mais ampla, onde também se inscreve a escola parceira que é no processo de aprendizagem. A ampliação desta leitura através do aluno permite ao psicopedagogo abrir espaços para que se disponibilize recursos que façam frente aos desafios, isto é, na direção da efetivação da aprendizagem.
Esse é o papel do psicopedagogo nas instituições: olhar e escutar com detalhem numa relação de proximidade, porém não de cumplicidade.
Para que se possa captar a cena institucional do lugar mais próximo poss´vel, requer método, para não cair nas armadilhas d euma espécie de naturalismo onde tudo está bem só pelo fato de existir. É preciso que sejamos o mais concretos possíveis, para poder introduzir-nos na complicada justaposição dos fatos da vida institucional e em sua cultura, evitando as generalizações que podem ser de tom fortemente otimista ou pessimista.
A vida cotidiana das aulas segue sendo tão rotineira, compartimentada, isolada e aborrecida como sempre, com professores desorientados, angustiados por manter sua fonte de trabalho com alunos enfastiados frente a demandas escolares contraditórias à realidade sócio-cultural e econômica que vive fora da escola.
Nós, psicopedagogos, não podemos perder a oportunidade de interagir, pois nos deparamos a todo o momento com alunos perdidos no seu papel de criança e pessoa. Alunos que são frutos de uma geração que experimentou a repressão da sociedade familiar. Pais que abrem caminhos de seus filhos sem lhes dar as devidas direções, sem encontrar a medida certa entre o “sim” e o “não”.
A escola fica sobrecarregada, pois está sempre precisando rever com seus alunos, conceitos que antes eram fundamentais na família e que hoje deixaram de ser valorizados.
A escola tem que estar consciente de seus métodos, técnicas e arrebanhar pessoas, que além de estarem comprometidas com a educação, se permitem ousar, experimentar, investigar...
O respeito ao aluno deve ser nossa tônica, eles não são cobaias metodológicas e, sim, agentes de mudanças.
Proporcionar ao aluno poder olhar o mundo de forma questionadora é o nosso desafio.
Hoje, não se concebe mais um professor que finge que ensina, pois está negando a sua própria capacidade de conquistas e grandes descobertas.
É preciso que cada professor lute pelo resgate de seu papel social, descobrindo o que o faz ser diferente e mostrando para a sociedade, que a educação sempre foi a mola mestra para o desenvolvimento de um país.
A escola e o professor se misturam e formam um conjunto de pessoas envolvidas no processo social e que estão a favor da construção da cidadania com valores determinantes.
Toda queixa constitui em um sintoma. A função da Psicopedagogia Institucional é investigar a queixa. Entretanto, para tal fim, é necessário trabalhar com a pessoa do profissional que está atuando com indivíduos que não estão conseguindo aprender, que estão com dificuldades de aprender.
Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção, juntamente com o professor, é um processo de parceria que possibilitará numa experiência importante e enriquecedora.
A orientação psicopedagógica para os professores poderá se dá através de reuniões com o grupo, o que propiciará a troca de informações, além de desafiar os professores nas descobertas de características específicas dos alunos com dificuldades, sobretudo nas possibilidades de aprendizagem.

PSICOPEDAGOGIA: Referencial Teórico

O trabalho psicopedagógico está voltado para o sujeito e sua relação com a aprendizagem.
Para este profissional, as mudanças não precisam ser, necessariamente, rápidas, mas que através da investigação possam ser observadas as nuances de mudanças. Analisá-las para que possa ser reconstruído o processo de aprendizagem.
É função do psicopedagogo compreender as dificuldades do cliente para que, através dos obstáculos, promova as suas resoluções.
Tem também como objetivo, ajudar aquele que por várias razões não consegue aprender, utilizando propostas e formas, de acordo com as particularidades de cada um.
A Psicopedagogia por meio de seus profissionais capacitados veio para ajudar a sanar as dificuldades do sujeito e ajudá-lo no seu processo de aprendizagem.
O trabalho psicopedagógico tem papel significativo e de extrema importância ao direcionar a intervenção para o “ser humano”, buscando entender o seu desenvolvimento, para oferecer melhores recursos, visando facilitar a vida, as relações e adaptações do indivíduo.
É fundamental que o “erro” do indivíduo não seja visto como algo a ser eliminado e reprimido, mas como um passo sem seu processo de aprendizagem.
É imprescindível valorizar os esforços do cliente, incentivá-lo a continuar tentando, oferecer, com cuidado, informações complementares e, em alguns casos, “corrigir” seus erros, desde que seja feito com bom senso e sempre com a preocupação básica de não tirar a motivação e nem diminuir a confiança, porém, é muito importante que o “olhar e a escuta” clínica se façam presentes constantemente.
A história registra que a “Psicopedagogia surgiu de uma nova prática na tentativa de intervir resolvendo situações individuais das crianças e adolescentes que fracassaram no aprender” (Alícia Fernandez, Revista nº 0, outubro/94 – Buenos Aires).
A Associação Brasileira de psicopedagogia traz em seu estatuto, a seguinte definição:
“Psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o conhecimento, sua implantação, sua aquisição, distorções, diferenças e desenvolvimento por meio de múltiplos processos e estratégias, considerando sempre a individualidade do aprendente. Está comprometida com a melhoria das condições de quem adquire o conhecimento.”
Podemos, então, entender que a Psicopedagogia é o campo de atuação do profissional que irá atuar na aprendizagem do sujeito e suas dificuldades.
Uma das características que também podemos observar é que a Psicopedagogia é interdiscplinar e esta interdiscplinaridade é que permite a troca entre profissionais capacitados e especializados.
Para CUNHA, ex-presidente da ABPp – Seção Goiás (Biênio 93/94): “a Psicopedagogia é o campo de atuação cuja especialização é a aprendizagem humana e o que orienta a visão psicopedagógica é a relação do sujeito com o conhecimento (1995).